domingo, 15 de janeiro de 2017

FUTURO DOS NUNES OU, SABIDO NÃO É SÁBIO

Euclides da Cunha, município de 70 mil habitantes localizado no sertão baiano, a 320 km da capital, 38ª economia da Bahia e, com um intervalo de apenas 04 anos do mandato de Rosângela Lemos Maia de Abreu,  há quase 25 anos comandado pelo grupo do deputado federal José Nunes Soares, hoje constituído apenas por ele e sua família, passou no dia 1º de janeiro, a ser administrado pelo grupo formado por uma nova geração de políticos liderados por Luciano Pinheiro, um engenheiro de 33 anos que foi, durante oito anos, a pedra no sapato da atual prefeita Fátima Nunes, não por acaso, mulher do deputado José Nunes. 

A partir de  1º de janeiro 2017, o único membro da família com atividade formal na política, será o deputado federal José Nunes. A ex-prefeita, dona de temperamento irascível, provavelmente vai se afastar, pelo menos por algum tempo, do município que administrou por oito anos, com fortíssimo apoio do marido, e do filho Gabriel, aparentemente, o herdeiro político da família. 

Daqui a dois anos, ao contrário do que se comenta, Gabriel Nunes, que esteve à frente da falecida Iguatemi Pneus, por muitos anos, o principal negócio da família, não deverá ser candidato a deputado estadual. Isso inviabilizaria mais ainda a reeleição do pai a deputado federal, já que saiu derrotado nas últimas eleições, em vários municípios da sua base política, chegando ao ponto de não reeleger o sobrinho, Luizinho de Lula, vereador em Euclides da Cunha. Ao que tudo indica, Gabriel Nunes deverá marcar presença com alguma atividade comercial em Euclides da Cunha, onde tentará reconstruir o prestigio da família e trabalhar para a reeleição do pai.
 
Entretanto, para o jogo de Damas mudar um jogo de Xadrez, entra na partida, o prefeito eleito Luciano Pinheiro e sua equipe. A sua administração vai ditar o ritmo dos Nunes no tabuleiro. E aí, será coisa para profissionais da politíca. Serão quatro anos difíceis, não só em função da atual conjuntura político-econômica que o país atravessa, mas principalmente porque o prefeito eleito encontrarar muitas armadilhas pela frente. 

O deputado José Nunes, diferentemente do que se apregoou por muitos anos, é um cidadão extremamente vingativo. Vai tentar “rosificar” Luciano Pinheiro. "Rosificar" é um neologismo a partir das atitudes tomadas pelo deputado para dificultar enquanto prefeita, a vida a da então adversária Rosângela Maia de Abreu.

Além disso, está em jogo a manutenção do feudo euclidense. Se José Nunes for reeleito deputado federal no pleito de 2018, deixa habilitado o filho Gabriel para concorrer às eleições de prefeito em 2020. Se José Nunes for derrotado na candidatura à Câmara dos Deputados, certamente vai querer encerrar a carreira política como prefeito de Euclides da Cunha. Vai ser ele mesmo, o candidato em 2020. Só não combinou com os Russos!

Vaval Damasceno perdeu as eleições de 2016, por um somatório de erros acumulados durante a trajetória política do seu patrocinador. José Nunes construiu a carreira política à custa da destruição de todas as suas criaturas. Não permitiu que seus correligionários tivessem vida própria. Não há sequer um dos seus seguidores, tanto na atividade comercial, como na atividade política em posição confortável.

O seu capital político hoje se resume ao círculo familiar. Em nível estadual e federal, a situação não é diferente. Tido como parceiro não confiável, ideologicamente vazio, José Nunes hoje é visto como um político oportunista que dança ao sabor do vento. Por tudo que fez na vida pública, sempre se considerando e considerado um homem sabido, no momento, perdeu o bonde da história porque sabido, não é sábio. Mas só o tempo, e os passos de Luciano Pinheiro, poderão confirmar essa história! Autor: Celso Mathias. Fonte Revista Vida Brasil

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